sexta-feira, 14 de junho de 2013

Uma partilha, uma historia de 1846...


Uma partilha de um SENHOR muito amigo de Braga, das suas gentes, do património e de tudo. Luís Dias Costa.
Um relato de uma mulher que morava na Rua S. Vicente (na altura Chãos de Cima):



Luís Dias Costa
UM ACHADO ENTRE A LIVRALHADA
REVOLUÇÃO DO MINHO DE 1846 - MARIA DA FONTE 
DO PADRE CASIMIRO.

um naco da sua prosa:
"Correu em Braga, antes de eu sahir para as férias da Paschoa, que andando um Regedor pelas portas a perguntar pelo teres de cada família, para os escrever nas bilhetas, e que perguntando elle a uma pobre de edade madura, entre os 50 e 60 annos, alta trigueira e forte (que conheci , e morava nos Chãos de Cima, perto da Capella de S. Vicente, e servia optimamente para uma MARIA DA FONTE), PELOS TERES QUE ELLA POSSUÍA, para os escrever, ella dissera - espere que eu volto já -Que entrando em seguida dentro de casa, pegara numa coberta, feita de farrapos velhos, cosidos uns nos outros, em um pequeno púcaro, e no fundo de uma velha panela velha quebrada,e, trazendo tudo para a rua, lhe dissera, apontando para estes
móveis preciosos - isto é a manta com que me cubro na cama, ou antes um ninho de palha em que durmo, isto é o púcaro em que faço o caldo, para entreter este corpo mais algum dia, e consolar-me com este liberdade, que cá nos trouxeram, sem nós a pedirmos, e isto é o penico de que me sirvo de noite, para não sujar a casa, leve tudo, para lhe poupar o trabalho de tornar aqui mais vezes , e para mim poupar o aborrecimento de o aturar mais, e para ficarmos daqui arrumados. Não era porém preciso uma explicação tão clara porque pelo menos elle podia muito bem conhecer, mesmo de longe a serventia pelo menos do caco pelo cheiro que decerto não havia de ser muito agradável. Tal era já então o bom conceito, que fazia esta santa gente, por quem temos tido a fortuna de ser governados."NADA DE CONUSÕES, ISTO NÃO
É DE 2013, PASSOU-SE EM 1846! ! ! .. .

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